Ângelo Darossi Casagrande nasceu em 8 de outubro de 1915, na cidade de São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, Luiz Casagrande e Maria Darossi, que vieram ao Brasil em viagem de núpcias e aqui decidiram permanecer, estabelecendo-se definitivamente. 2d502
Desde cedo, Ângelo demonstrou vocação religiosa. Realizou sua Primeira Comunhão ainda em sua cidade natal e, atendendo ao desejo da mãe, ingressou no Seminário de Santana do Rio Claro, onde completou os estudos iniciais e filosóficos. Em seguida, seguiu para Roma, berço de seus anteados, onde se graduou em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana.
Ao retornar ao Brasil, escolheu servir na Diocese de Uberaba, Minas Gerais. Foi ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1939, aos 24 anos, por Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, sendo o primeiro padre ordenado por este bispo. Com o tempo, foi-lhe concedido o título de Cônego Honorífico, em reconhecimento a seus serviços e dedicação.
De uma família marcada pela vocação religiosa, dois de seus irmãos também se tornaram sacerdotes: Frei Nicolau Darossi Casagrande, dominicano, e Padre Augusto Darossi Casagrande, estigmatino.
Em 1940, Padre Ângelo assumiu a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Estrela do Sul, onde permaneceu até 1946. No ano seguinte, foi transferido para a cidade de Prata, em Minas Gerais, onde tomou posse como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, função que exerceu com empenho e amor por 37 anos.
Durante seu longo ministério no Prata, destacou-se pelo trabalho pastoral intenso e pela promoção de atividades culturais e educacionais. Reorganizou a Associação de Beneficência e Cultura (ABC), prestando apoio moral, espiritual e material à comunidade, além de ocupar a presidência e, posteriormente, a tesouraria da entidade.
Aceitou também o convite para ser vice-diretor do Ginásio São Luiz, onde lecionou diversas disciplinas, incluindo Religião, Latim e Francês, tendo inclusive se requalificado academicamente na Faculdade Santo Tomás de Aquino, em Uberaba, para atender às exigências legais da época.
Padre Ângelo foi reconhecido como um homem disciplinado, metódico e dedicado, extremamente pontual e atento aos deveres religiosos e sociais. Criou e dirigiu o Coral Santa Cecília, levando-o a apresentações memoráveis em paróquias da região, sempre com repertórios litúrgicos cuidadosamente preparados.
Sua atuação marcou gerações: preparou incontáveis crianças para a Primeira Comunhão e Confissão, celebrou numerosos batizados e casamentos e foi presença constante nas festividades tradicionais, especialmente nas celebrações de Nossa Senhora do Carmo e de São Sebastião.
Um de seus maiores sonhos foi a construção da nova Matriz, iniciada em 1972, que considerava um marco histórico para a cidade. Contudo, por ironia do destino, não pôde ver o templo concluído, nem celebrar uma missa nele.
Em 1983, debilitado por enfermidades, afastou-se de suas funções paroquiais e ou a viver recluso, até seu falecimento, ocorrido em 12 de junho de 1985, vítima de parada cardíaca, aos 70 anos. Seu velório foi marcado por grande comoção popular, realizado na Câmara Municipal e, posteriormente, na Matriz, onde se celebrou missa de corpo presente, concelebrada por Dom Alexandre, Dom Benedito e diversos sacerdotes, incluindo seus irmãos.
Atendendo a seu desejo, foi sepultado no Cemitério de Prata, na primeira quadra à direita, sob uma modesta lápide de cimento — um símbolo de sua humildade e simplicidade.
Em reconhecimento à sua trajetória de dedicação à cidade e à comunidade católica, foi homenageado com o título de “Cidadão Pratense”, concedido pela Câmara Municipal. Padre Ângelo Darossi Casagrande, nosso estimado e saudoso Pe. Casinha, deixou um legado indelével de fé, serviço e amor ao próximo, que permanece vivo na memória e no coração de todos os que com ele conviveram.
Autor: Romecarlos Costa Nunes Mestre em História pela Universidade Federal de Uberlândia _ UFU
FONTE CONSULTADAS:
Povoadores do Sertão do Rio da Prata de Benedito Antônio Miranda Tiradentes Borges 1996 Jornal Cidade do Prata – arquivo da Secretaria Municipal de Cultura
Acervo Pessoal
“Memorial Pe. Ângelo Casagrande (Padre Casinha) “
Um legado de fé, cultura e devoção.
Introdução: 6t2x3
Com este panfleto, homenageamos a memória e a trajetória do Reverendíssimo Padre Ângelo Casagrande, nosso saudoso e estimado Pe. Casinha, um exemplo de virtude, sabedoria e dedicação ao sacerdócio e à comunidade. Sua história permanece viva nos corações de todos que o conheceram e na vida da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo do Prata.
Imagem 1 – Retrato Oficial m6k3b
“Pe. Ângelo Casagrande: um homem à frente do seu tempo, símbolo de fé e cultura.”
Biografia e Legado 4ni69
Nascido com vocação para o serviço e a espiritualidade, Padre Ângelo Casagrande destacou-se desde cedo como um sacerdote culto, virtuoso e profundamente humano. Sua chegada à Paróquia do Prata, anunciada em um jornal da época, foi recebida com entusiasmo pela comunidade.
Sua atuação foi marcada por um intenso trabalho pastoral, promovendo não só a fé católica, mas também a educação, a cultura e o serviço social.
“Virtuosíssimo sacerdote, apóstolo infatigável da doutrina de Cristo”, como mencionava a imprensa da época, Pe. Ângelo dedicou-se integralmente ao bem comum, sendo lembrado por sua oratória serena, sua presença acolhedora e sua firmeza moral.
“Anúncio oficial da chegada de Pe. Ângelo Casagrande à cidade, um marco na história da comunidade.” Jornal Cidade do Prata de 09 de Junho de 1946
Celebração da 1ª Comunhão na Antiga Matriz demolida em 1972
4a6c19
Solenidade de Corpus Christi – Final da década de 1970
“Missas campais e celebrações especiais marcaram a vida litúrgica conduzida por Pe. Ângelo.”
- Sua missão permanece viva na memória e na fé do povo.”
- “Servo fiel que dedicou sua vida à causa de Cristo
“Onde se fazia necessária sua presença, lá estava ele, dedicado inteiramente à santa causa.”
BENÇÃO DE INAUGURAÇÃO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL – 15/11/1972
INAUGURAÇÃO DA AGÊNCIA DOS CORREIOS -1973
BENÇÃO DA ATUAL FÁBRICA DE MANTEIGA RÁDIO E LATÌCINIO COOPRATA
Última Homenagem
“Um adeus emocionado: a comunidade reunida para prestar a última homenagem ao seu pastor.”
MISSA DE CORPO PRESENTE PRESIDIDA PELO ACERBISPO DOM BENEDITO DE ULHOA E CONCELEBRADA POR DOM ALEXANDRE DO AMARAL
A memória de Padre Ângelo Casagrande transcende o tempo. Seu exemplo permanece como farol que ilumina a caminhada de todos nós. Este panfleto é uma singela homenagem, preservando sua história e seu legado.
Celebramos a memória de um homem que dedicou inteiramente sua vida a Deus e ao povo desta terra: o querido Padre Ângelo Darossi Casagrande, cuja Páscoa definitiva completamos, neste ano, quarenta anos.
Ao recordarmos sua vida, enche-se o nosso coração de gratidão e saudade. Filho de imigrantes italianos, nascido em São José do Rio Pardo, Padre Ângelo desde cedo escutou o chamado de Deus e, com coragem, trilhou os caminhos do sacerdócio. Formado com excelência na Universidade Gregoriana de Roma, retornou ao Brasil para doar-se inteiramente à missão.
Na Diocese de Uberaba, foi o primeiro sacerdote ordenado por Dom Alexandre, que sempre lhe dedicou amizade e confiança. Por mais de quatro décadas, Padre Ângelo esteve entre nós, primeiramente em Estrela do Sul e, por 37 anos, como zeloso pároco desta cidade do Prata.
Sua agem por esta comunidade deixou marcas indeléveis:
+˙x Na condução das celebrações, sempre com zelo e piedade.
˙+x Na formação de gerações, como professor, vice-diretor, orientador e amigo.
˙+x No incentivo às tradições religiosas e culturais, que até hoje aquecem nossas festividades.
˙+x Na música, com o vibrante Coral Santa Cecília, que ele tanto amava e conduzia com alegria.
Padre Ângelo nos ensinou a amar a Igreja, a respeitar a liturgia, a ser pontuais e metódicos, mas, acima de tudo, a servir com humildade e dedicação. Seu sonho maior foi a construção da nova Matriz — mesmo que não tenha celebrado nela, sua fé e esperança ergueram cada pedra deste templo, que hoje nos abriga.
Sua morte, em 12 de junho de 1985, causou profunda comoção. Toda a cidade se despediu daquele que, mais que um sacerdote, foi um pai, um conselheiro, um amigo. E, por sua entrega, recebeu, em vida, o justo título de “Cidadão Pratense”.
Quarenta anos se aram, e seu legado permanece vivo:
Em cada criança que prepara a Primeira Comunhão; Em cada missa que entoa cantos solenes;
Em cada fiel que encontra força na oração;
E, sobretudo, no coração de todos que o conheceram.
Que este momento de homenagem seja também um convite: para que, à luz do exemplo de Padre Ângelo, sejamos todos instrumentos do amor, da paz e do serviço em nossa comunidade.
Que ele, do céu, interceda por nós, pelo povo do Prata e pela Igreja que tanto amou!
Padre Ângelo, obrigado por tudo! Sua memória é eterna e sua missão permanece entre nós.
ROMECARLOS COSTA NUNES